Boa Tarde!
Esta é a “parte I” desta postagem. Confira a “parte II” em http: (em breve)
MODESTOS ASPECTOS SOBRE A EXCESSIVA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL
Um pouco de tudo isso é que pretendo tratar aqui, de forma genérica e crítica, pois, acredito, seja o mais relevante a abranger para um tema tão extenso. Mas, enfim, vamos em frente.
INSATISFAÇÃO
Falar sobre a satisfação ou insatisfação do contribuinte, em princípio, nos parece um tanto quanto incoerente. Afinal, quantos são os sujeitos que realmente gostam de pagar tributos? Por “satisfação” não entendamos “prazer”; entendamos a percepção do contribuinte que o propósito dos pagamentos constantes ao Estado, à título de qualquer tributo, está sendo cumprido. Quando dizemos que o contribuinte anda insatisfeito com a carga tributária, pensemos que não só lhe desagrada pagar caro pelos mais diversos produtos e serviços, mas também lhe invade a sensação de que não há o RETORNO DEVIDO por todos esses tributos. INSATISFAÇÃO, portanto, está ligada a RETORNO. A sensação geral é de estelionato por parte do Estado.
Mas qual o propósito do Tributo? O propósito é arrecadar verba para financiar todas serviços que o Estado tem de oferecer a seus cidadãos. Saúde, educação, lazer, moradia, alimentação, infra-estrutura, segurança, entre tantos outros. Como delegamos, na vida em sociedade, a função de gestão ao Estado, este se responsabiliza pela arrecadação da verba necessária para financiar e executar suas obrigações.
A insatisfação surge, portanto, quando o dinheiro arrecadado, dinheiro que se torna público, não é devidamente aplicado.
São escândalos em cima de escândalos. Uma faxina nos três Poderes vem sendo feita, e medidas vem sendo tomadas para tentar controlar essa verdadeira “farra” que se tornou a corrupção. Homens de todos os escalões vêm sendo desmascarados quanto às suas criativas peripécias para desviar o dinheiro público. A punição é demorada, e muitas vezes inexistente: falhas procedimentais e legislativas prorrogam demasiadamente as apurações. Mas, ao menos, são tirados do poder.A corrupção é o “ralo” do dinheiro público. É mão aberta por onde as contribuições se esvaem, se evacuam, e de diversas formas. Ong’s inexistentes ou fajutas, funcionários fantasmas, superfaturação de obras… os sujeitos mostram perícias impressionantes e variam as formas de apropriação.
E não é só isso. Parece cada vez mais comum e talvez faça muitos sentirem cada vez menos o impacto da frase , mas a cada dia mais “pessoas morrem nas filas de hospitais”… É precária a saúde pública. Reportagens mostram cada vez mais que a verba do Estado não chega como deveria aos milhares de hospitais públicos do país, muito embora tenham sigo destinados R$.71,4 bilhões para o setor em 2011.
O controle da violência, salvo focos isolados (a instalação das UPP’s no RJ) também demonstra fragilidade. O número de assaltos, homicídios e roubos vêm aumentando drasticamente nos últimos anos. Individualmente, temos o desprazer de acompanhar de perto a insegurança que paira no ar ao sairmos de casa. Assistimos de camarote a ousadia de bandidos em ação, sejam nas ruas, nos bancos, nos shopping’s, etc. O contingente policial não é suficiente, e seu pró-labore não vale a vida que arriscam diariamente.

Quando o Estado, então, vem nos informar que haverão aumentos tributários, como esperar outra reação que não a de revolta? Como podem exigir mais se não conseguem fechar a torneira dos corruptos? Ele permite a farra e somos nós quem pagamos a festa?





Pingback: Carga Tributária – uma crítica ao excesso Parte II | Buscando Direitos – A Luta diária da Advocacia
Pingback: Carga Tributária – uma crítica ao excesso Parte III | Buscando Direitos – A Luta diária da Advocacia